DANIELA MUNERATO
apresenta
O julgamento moral de crianças pequenas: contribuições da teoria dos domínios sociais
Mestrado em Psicologia Escolar e do desenvolvimento humano
Instituto de Psicologia da UNIVERSIDADE SÃO PAULO - USP-SP
Orientador: Luciana Maria Caetano
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Quem é Daniela Munerato:
Professora,
Psicóloga, Psicopedagoga, Mestre em Psicologia do desenvolvimento e
aprendizagem (Usp), Mestranda na Universidade de La Plata em Alfabetização,
Trabalha com formação de professores desde 2004 no Centro de Formação da Vila,
coordenadora de Educação Infantil e Anos iniciais do Fundamental, atualmente na
Escola Viva.
Para ler antes ou depois do encontro:
RESUMO:
No mundo contemporâneo a criança pode ser vista de forma diferente do que era anteriormente, considerando as mudanças sociais que acontecem e a reflexão de como tais fatos afetam seu cotidiano. Um dos fatores, por exemplo, é o tempo que permanece na escola, pela ausência dos pais no ambiente doméstico, devido às suas necessidades de trabalhar fora de casa. Além disso, existe uma tendência das famílias a ocuparem o tempo da criança integralmente, com atividades de diferentes naturezas, com o objetivo de desenvolver o maior número de habilidades possíveis, como se ela não tivesse a vida toda pela frente para conquistar tais desafios (música, dança, natação, outros idiomas, por exemplo). A entrada da tecnologia no cotidiano infantil é outro tema que ocupa este tempo (televisão, games, vídeos). Diante desse quadro, faz-se necessário o olhar para a criança e compreender, sob seu ponto de vista, como ela julga situações de sua vida, considerando nos diferentes contextos a ação (o certo ou errado), a regra (se é respeitada e como a interpreta), a autoridade (como apoio ao desenvolvimento) e o dever (decidir por fazer algo). OBJETIVO: A presente pesquisa tem como propósito investigar se as crianças pequenas julgam de forma diferente três dilemas, revelando dano direto, dano indireto e uma situação convencional. A partir de cada dilema investigamos a relação dentre os critérios de julgamento considerando a severidade da ação, a legitimidade da regra, a legitimidade da autoridade em relação à regra e a noção de dever. Neste contexto, investigamos também a presença de aspectos da dimensão afetiva da moral e se haveria diferenças qualitativas dentre as respostas dos grupos etários (2 e 3 anos/ 4 e 5 anos). MÉTODO: Pesquisa de campo, de natureza exploratória descritiva, da qual participaram 68 crianças. Para a coleta de dados, os instrumentos utilizados foram: treinamento da escala de likert e entrevistas sobre eventos sociais, contendo dilemas com situações prototípicas do cotidiano. Os dados foram analisados qualitativamente, através de Confiabilidade Dialógica e Análise Independente de Juízes. Também foi realizada análise quantitativa (Análise Estatística Descritiva e Inferencial). RESULTADOS: Os resultados revelaram que as crianças, desde bem pequenas, estão pensando sobre as situações do dia a dia, o que deve ou não ser feito, além das orientações dos adultos. Sobre os grupos analisados não tivemos diferenças nas respostas dos meninos e meninas, os grupos de idade (2 e 3, 4 e 5 anos) apresentaram diferenças significantes do ponto de vista das justificativas mais claras quando mais velhos e, portanto, a maior clareza do que pensam. Tais grupos também apresentaram diferenças significantes no julgamento de uma situação convencional proposta no instrumento, avaliando mais ou menos grave a ação de comer com as mãos. Na comparação entre as escolas públicas e particulares identificamos diferenças nas respostas considerando as dadas pela escala de likert e suas justificativas. Nas instituições públicas observamos respostas mais convencionais e nas escolas particulares respostas convencionais e morais. CONCLUSÃO: faz-se necessário novas pesquisas com a ampliação da amostragem para comparação com os resultados dessa atual pesquisa, incluir outros instrumentos para ampliar as análises e seguir pesquisando sobre a relação da afetividade e sentimentos morais nos critérios utilizados para as crianças de 2 a 5 anos julgarem situações escolares ou familiares.
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